"Time", o mico da semana




Quando a Time divulgou a lista dos 100 mais influentes do ano - o que faz desde 1999 - deu início a uma avalanche de micos. A começar pela imprensa nacional, passando pelos lulistas alucinados, dando uma passeadinha pelo cineasta Michael Moore e culminando em nada menos do que o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.


Por algumas horas, os petistas atingiram o êxtase, um orgasmo cósmico nunca antes visto na história deste país. Tinha tudo para fechar abril com caneta de ouro, recheada de diamantes e esmeraldas, para, depois, descobrir que a joia não era bem uma Tiffany.


E os micos estão lá, para quem quiser ver! Todos eufóricos com Lula na "primeira posição do ranking dos líderes mais influentes do mundo"! Basta procurar um pouco pela internet para ver petistas e jornalistas consagrados no mesmo patamar da (arrogância? não.... serei mais leve)... euforia, digamos assim.


Excitadíssimos com Lula acima de pessoas como Barack Obama, Yukio Hatoyama (primeiro ministro do Japão), Dominique Strauss-Kahn (diretor geral do FMI), só para citar alguns que ficaram pouco "abaixo" de Lula. Felizmente, algumas horas depois a notícia não era bem essa e sim que Lula estava ENTRE as pessoas mais influentes do mundo. Para ser mais precisa, em uma lista de 25 nomes. Lista esta que não é um ranking, não existe o primeiro ou o último da lista. Lula é o primeiro nome da lista por uma sorte do destino.


Erro número 1. Se não é um ranking (e não é mesmo), a revista deveria deixar isso muito claro, para que petista não ficasse babando na gravata e entupindo a internet com seus orgasmos infinitos. A maior prova de que a lista não é exatamente um ranking, basta ver onde está o nome do vencedor do Time 100, Mir-Hossein Mousavi, cujo nome está na terceira posição na categoria "Heróis"!


Mir-Hossein Mousavi, é realmente um símbolo de coragem. Foi candidato às eleições no Irã, em 2009, e perdeu para Ahmadinejad, reeleito. Esta mensagem de coragem e determinação pode servir de exemplo neste país que vive uma ditadura feroz. E, veja só, o grandíssimo vencedor de 2010 aparece em terceiro na lista. E Lula, por ter seu nome na primeira linha, é consagrado como o "number one" dos mais influentes.


Munição para os aloprados, também, foi a descrição de Lula nas palavras de Michael Moore. É como pedir para FHC falar do Plano Real ou Lula falar do Bolsa Família. Moore, famoso pelos seus documentários ácidos e diretos (sempre contra o capitalismo e a direita norte-americana), em "Sicko", por exemplo, mostra o caos da saúde na América e enaltece o atendimento público em Cuba. Como se Cuba fosse somente a saúde pública e os EUA fossem somente os planos de saúde.


Mas Moore pode fazer o que quiser em seus documentários, eu até os assisto e gosto. O que ele não pode é transformar o aproveitador, mentiroso, corrupto e atualmente riquíssimo Lula, no sindicalista coitadinho que perdeu a esposa num trabalho de parto e viu a luz da política chamado-o para transformar o país! Isso, Moore não poderia ter feito. Mas, quem sou, eu ou nós, para cobrar de Moore uma biografia mais honesta de Lula se um filme, feito no nosso próprio país, financiado pelo nosso dinheiro, mostra exatamente isso?


Outro erro nesta história vem do próprio título da lista: "pessoas mais influentes". Eu nunca entendi bem este título, nunca concordei, mas tanto faz. Classificações, para mim, são apenas holofotes que giram de acordo com a mão que os manipulam. Aliás, tudo é manipulação. No entanto, quando se diz que há uma relação de líderes "mais influentes", imagina-se que o que este líder faz ou fala influencia milhões de pessoas ao redor do mundo. E, mais uma vez, não é bem assim.


Segundo a própria revista diz, "The TIME 100 is not about the influence of power but the power of influence(...)", ou seja, a lista não é sobre a influência do poder, mas o poder da influência.





No vídeo "How They Made the TIME 100 List" (clique na foto para ver o vídeo), editores da Time explicam que as personalidades foram escolhidas em cinco categorias diferentes. São homens e mulheres (famosas e desconhecidas), com suas ideias e ações, que estão mudando o mundo. Pela biografia que Moore fez de Lula, dá para se imaginar em quais "ações" a classificação de Lula se baseia. Seria tudo tão lindo se fosse verdade!


Mas, para mim, o melhor foi a declaração de Celso Amorim sobre Lula ser o "líder mais influente do mundo"!


Resposta de Amorim: "Para vocês é alguma surpresa?". Tem mais! Quando questionado sobre Barack Obama, que aparece na "quarta posição do ranking", Amorim respondeu:


"Puxa vida, que injustiça."


(( pausa para a minha gargalhada...HA HA HA HA HA HA HA))


Adorei!!!!!! Se eu fosse minha filha, eu diria "ai, que vergonha por eles!"

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